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Quando a Ciência Brasileira Lidera: O Implante Intravítreo que Redefine o Tratamento da Toxoplasmose Ocular

  • Writer: Redação RetiNews
    Redação RetiNews
  • May 28
  • 3 min read

Updated: May 30

Uma inovação Brasileira com Impacto Global.


Pela primeira vez, pesquisadores brasileiros desenvolveram e testaram, com sucesso, um dispositivo médico que pode transformar o tratamento da toxoplasmose ocular em escala mundial. Trata-se de um implante intravítreo de liberação prolongada de clindamicina - uma inovação no campo do drug delivery oftalmológico, que promete maior eficácia, redução de efeitos colaterais e, principalmente, acesso a terapias de ponta pelo Sistema Único de Saúde (SUS).


Liderança Científica Nacional

O projeto é coordenado pelo Dr. Rodrigo Jorge, professor titular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) e chefe do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da instituição. Reconhecido como uma das maiores autoridades em retina da América Latina, Dr. Jorge lidera um esforço que une ciência de ponta e compromisso com a saúde pública.

A iniciativa integra o trabalho do Setor de Retina e Vítreo do Departamento de Oftalmologia do Hospital das Clínicas da FMRP-USP, em parceria com a Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Fundação Ezequiel Dias (FUNED). Sob a condução dos pesquisadores Dr. Armando Cunha e Dra. Silvia Fialho, o implante é resultado de mais de 20 anos de pesquisa em sistemas de liberação controlada de medicamentos.


Implante Intravítreo de Liberação Prolongada de Clindamicina
Figura 1

Figura 1 – Fundo de olho após implante

Exame de fundo de olho de uma paciente incluída no estudo clínico com implante intravítreo de liberação prolongada de clindamicina.

Exame de fundo de olho, exame de controle de uma paciente incluída no estudo clínico com Implante Intravítreo de Liberação Prolongada de Clindamicina, desenvolvido para o tratamento da retinocoroidite toxoplásmica, forma ocular da toxoplasmose.
Dr Leonardo Cassoni, Fellow FMRP USP, examinando a paciente após aplicação do Implante Intravítreo

Como Funciona o Implante Intravítreo de Clindamicina?

A retinocoroidite toxoplásmica, forma ocular da toxoplasmose, é uma inflamação da retina e coroide, que pode levar à perda visual irreversível se não tratada adequadamente.

O tratamento convencional requer múltiplos antibióticos orais por cerca de 35 dias, com efeitos adversos frequentes, como alergias, intolerâncias e baixa adesão.

O implante intravítreo rompe esse paradigma. Aplicado diretamente no vítreo, ele libera clindamicina de forma contínua e controlada por várias semanas, o que proporciona:

  • Eliminação da necessidade de antibióticos orais.

  • Redução dos efeitos colaterais sistêmicos.

  • Maior adesão ao tratamento.

  • Resultados visuais superiores.

Resultados Clínicos Iniciais

Nos primeiros cinco pacientes tratados com o implante:

  • Não foi observada nenhuma toxicidade ocular.

  • Recuperação visual de até 100% foi registrada em alguns casos.

O depoimento de uma das pacientes, que teve sua visão completamente restaurada após o uso do implante, representa mais do que um resultado clínico — é um marco para a oftalmologia nacional.


Depoimento da Paciente tratada com Implante Intraocular de Clindamicina

O Brasil Exportando Tecnologia Médica

Este avanço posiciona o Brasil entre os protagonistas da inovação médica:

  • De importador a exportador de soluções oftalmológicas.

  • Tecnologia acessível, de alto impacto clínico e social.

  • Incorporação potencial ao SUS, reduzindo desigualdades.


    implante intravítreo de liberação prolongada

Impacto no SUS: Eficiência e Sustentabilidade

O novo modelo terapêutico enfrenta dois dos principais desafios do SUS no tratamento da toxoplasmose ocular:

  • Custo elevado de medicamentos: a clindamicina é um antibiótico barato e já disponível no sistema público.

  • Abandono terapêutico: uma única aplicação oferece tratamento completo por várias semanas.



Próximos Passos

Com os resultados iniciais promissores, os próximos marcos incluem::

  • Expansão dos estudos clínicos com mais pacientes.

  • Submissão para aprovação regulatória junto à ANVISA.

  • Incorporação definitiva no protocolo terapêutico do SUS.


Um momento histórico para a oftalmologia brasileira.

O desenvolvimento deste implante intravítreo é mais do que um avanço técnico — é a materialização do potencial científico brasileiro aliado à saúde pública. Sob a liderança do Dr. Rodrigo Jorge, o país prova que pode não apenas tratar, mas transformar o futuro da oftalmologia mundial


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